O prazer nascendo doí tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer.
A alegria verdadeira não tem explicação irrecuperável.
Esse fundir-se total é insuportavelmente bom, como se a morte fosse nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte.
Deve-se deixar-se inundar pela alegria aos poucos. E quem não tem força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir, em qualquer silencio ou em varias palavras sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele.
Ele é nos
(Clarice Lispector)